Balneário Camburiú recebe o XXVIII Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia

O XXVIII Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia acontecerá nos dias 16 a 18 de outubro em Balneário Camboriú e terá como tema oficial “A contribuição do Sistema Cofecon/Corecons para a promoção do desenvolvimento econômico do Brasil e suas regiões”. O projeto preliminar do evento foi aprovado na 731ª Sessão Plenária do Cofecon.

“A contribuição do Sistema Cofecon/Corecons para a promoção do desenvolvimento econômico do Brasil e suas regiões”. Este foi o tema escolhido para o XXVIII Simpósio Nacional dos Conselhos de Economia (Since), que será realizado nos dias 16 a 18 de outubro em Balneário Camboriú. O tema central do encontro e o projeto preliminar foram aprovados na 731ª Sessão Plenária do Cofecon, realizada nos dias 15 e 16 de março.

Na justificativa, o Corecon-SC argumenta que o Sistema Cofecon/Corecons atua como um catalisador crucial para o desenvolvimento regional brasileiro e que “o desenvolvimento regional é um processo multifacetado que busca a redução das disparidades socioeconômicas entre as regiões, impulsionando a geração de renda, a inclusão social e a sustentabilidade ambiental. No entanto, diversos obstáculos impedem o florescimento do desenvolvimento regional no Brasil”. Neste sentido, os economistas têm papel fundamental: “através de sua expertise e conhecimento técnico, atuam na identificação de problemas, na formulação de políticas públicas e na proposição de soluções inovadoras para os desafios do desenvolvimento regional”.

Estão previstas transmissões ao vivo da solenidade de abertura (que inclui uma palestra magna sobre o tema central do evento e a entrega do Prêmio Brasil de Economia), do Fórum da Mulher Economista e da plenária final.

A Comissão Organizadora do XXVIII Since é composta por Paulo Dantas da Costa e Flávia Vinhaes Santos, presidente e vice-presidente do Cofecon; André Luiz Koerich e Eliane Maria Martins, presidente e vice-presidente do Corecon-SC; Paulo Roberto Polli Lobo, Maria de Fátima Miranda e Mônica Beraldo Fabrício como integrantes escolhidos pelo Cofecon; e Silvio José Martins Filho, Adriano de Amarante e Janine da Silva Alves como integrantes escolhidos pelo Corecon-SC.

O Since

O Since é o principal espaço de debates de questões referentes à formação e mercado de trabalho dos economistas e ao aperfeiçoamento do Sistema Cofecon/Corecons. Um grupo especial também debate estrutura e conjuntura econômica, política e social do Brasil. As decisões são tomadas em assembleia, na qual cada Conselho Regional de Economia tem um número de delegados com direito a voto.

O evento é realizado a cada dois anos – a edição anterior aconteceu em João Pessoa, Paraíba, em 2022. Na edição deste ano – que ocorrerá no hotel Sibara – são esperados cerca de 300 participantes.

Banco Central reduz ritmo de queda dos juros

Banco Central sinaliza desaceleração do ritmo de corte na Selic a partir de junho. Copom indica que deve promover apenas mais uma redução de 0,5 na taxa de juros e que passará a promover cortes ainda menores nos demais encontros do colegiado.

Segundo ata do encontro, uma redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros deve ocorrer apenas na próxima reunião, agendada para maio. De junho em diante, os cortes devem ser menores, indica o documento.

Incertezas quanto ao comportamento da inflação é apontado pelo Comitê como justificativa para decisão na redução do ritmo de redução  dos juros.

ALMG homenageia o Curso de Ciências Econômicas da Unimontes pelos 50 anos de excelência

A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais a pedido da Deputada Lohanna de Oliveira, realiza na quarta-feira, 27/03,  Audiência Pública em reconhecimento à trajetória de sucesso do curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual de Montes Claros -Unimontes que completou 50 anos de excelência acadêmica.

Diplomas

No momento, será apresentado a relevância contínua do curso, além da entrega pelo Corecon-MG de diplomas de congratulações  para a Sra. Ilva Ruas Abreu, decana do Departamento de Ciências Econômicas, e para o Sr. Wagner de Paulo Santiago, Magnífico Reitor e professores presentes.

A Plenária se dará no dia 27 de março de 2024, às 9h30, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Venha conosco celebrar a excelência acadêmica e as conquistas do campo das Ciências Econômicas. Assista a audiência no link abaixo.

A presença de todos é essencial para tornar esta homenagem ainda mais significativa! A Assemblei irá transmitir a audiência ao vivo, acesse aqui.

Presidente do Corecon-MG participa de aula inaugural de curso de economia

A presidente do Corecon-MG, Valquíria Assis, participou nesta terça-feira, 19/03, em Montes Claros de aula inaugural com a presidente do Ipea, Luciana Mendes Santos Servo, para o curso de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. 

Valquíria lembrou os estudantes e presentes que, neste ano, o Corecon-MG completa 59 anos. “A gente sabe que ser economista é uma tarefa muito grandiosa e queremos festejar perto dos futuros economistas e dos professores que formam estes profissionais. Pretendemos voltar à Montes Claros e, a esta Universidade”, exclamou Assis.

Desejou aos alunos um bom início de aulas e declarou boas-vindas ao curso de economia e lembrou que o Conselho Regional de Economia – Corecon-MG fica em Belo Horizonte e está de portas abertas.

Vem aí o Desafio Quero ser Economista

Em breve, nova edição do Desafio .

Prepare-se para o Desafio! Em 2024 serão muitas novidades para os estudantes.

Brevemente divulgaremos mais informações, regulamento atualizado, manual do estudante e muito mais!

Fique atento às informações aqui no grupo para descobrir o que está por vir!

O Desafio

Voltado exclusivamente aos estudantes de Ensino Médio, o Desafio Quero Ser Economista é uma competição que apresenta conceitos básicos da Ciência Econômica de forma divertida e descomplicada.

O Desafio é uma competição realizada totalmente em ambiente virtual para que os estudantes conheçam mais sobre a Economia, uma ciência fascinante que estuda o passado e o presente para melhor compreender o que poderá acontecer no futuro, na busca pelo bem-estar de todos.

Conheça a Allcare. Parceira do Corecon-MG

Parceira do Corecon-MG, a Allcare é a maior gestora de benefícios do Brasil e oferece planos de saúde com qualidade, preços e condições diferenciadas para os inscritos ao Corecon MG.
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Edição de março da Revista Economistas é dedicada às mulheres

Cofecon publicou a revista Economistas nº 51! Assim como nos últimos anos, a edição do mês de março é dedicada às mulheres e teve como tema de capa “Mulher Economista e Diversidade” – uma referência à Comissão responsável por tratar deste tema no âmbito do Cofecon. Os artigos desta edição foram escritos por mulheres e têm dois tipos básicos de abordagens: a forma como a economia olha para as mulheres (expressa nas questões de gênero) e a forma como elas olham para a economia (com artigos sobre questões econômicas em que são especialistas). A revista pode ser baixada clicando AQUI.

Uma entrevista especial com a economista Juliane Furno aborda o atual momento da economia brasileira, com alta de 2,9% no PIB em 2023, e comenta quais são as travas ao crescimento; também trata do déficit público no primeiro ano do governo Lula, discutindo se é possível ter responsabilidade fiscal aumentando os gastos; também fala sobre a importância da nova política industrial e as políticas necessárias para o combate à desigualdade no País.

Nos artigos, Renata Sena escreve sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura no Brasil; Rosa Maria Marques defende um financiamento adequado para o Sistema Único de Saúde; Marilane Teixeira aborda as contribuições da economia feminista para a construção de um pensamento crítico; Kênia Alves Campos trata da participação das economistas nos órgãos públicos; Lia Lopes discorre sobre a economia do cuidado, tema que vem ganhando cada vez mais importância; Alanna Oliveira trata das profissões do futuro e o futuro das mulheres; Kellen Brito argumenta como a economia é uma ciência androcêntrica; e Shirley Basílio conta a sua trajetória pioneira como economista negra, destacando que tinha a responsabilidade de representar não apenas a si mesma, mas toda uma comunidade que anseia por igualdade de oportunidades.

Desde 2023 a Comissão Mulher Economista, coordenada pela conselheira Teresinha de Jesus Ferreira da Silva, inclui também a Diversidade em seu escopo. Neste sentido, uma matéria especial celebra o feito do jovem Thiago da Costa, primeiro estudante com paralisia cerebral a se formar no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Juiz de Fora. Ele agora é um economista, com registro no Corecon-MG, e está organizando um projeto de consultoria, treinamentos e cursos na área de planejamento estratégico para promover a inclusão econômica.

Diversidade é tema da capa

A Comissão Mulher Economista, desde 2023, tem trabalhado em seu escopo a Diversidade. Na edição de homenagem às mulheres, da Revista Economistas, a diversidade é tratada na história de Thiago da Costa, primeiro estudante com paralisia cerebral a se formar no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Juiz de Fora. Thiago entende sua jornada como desafiadora, e compartilha que sua caminhada teve que ser ousada e inclusiva. Assim concluiu sua formação com ousadia e inclusão.

Em defesa da Petrobras, Cofecon divulga nota oficial

Nos últimos dias, o Brasil vem assistindo a uma verdadeira cruzada, por parte de agentes do mercado e de veículos de mídia, de ácidas e infundadas críticas à principal empresa brasileira, a Petrobras. Tais críticas decorrem do fato de a empresa ter se limitado a distribuir os dividendos ordinários, retendo, respaldada na legislação, a distribuição de dividendos extraordinários.

A Petrobras é uma sociedade de economia mista (sob controle acionário estatal). Conforme o Artigo 173 da CF, “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo”. É precisamente o caso da Petrobras, que tem enorme responsabilidade no suprimento do mercado interno de derivados de petróleo e gás e na promoção do desenvolvimento econômico de nosso país.

Embora tenha ações negociadas no mercado de ações, a prioridade da Petrobras deve ser o atendimento das necessidades das empresas e da população, e não o atendimento das expectativas de superlucros por parte de seus acionistas privados.

As críticas à gestão da Petrobras são questionáveis. Os resultados operacionais da empresa em 2023 foram excelentes. Houve uma expansão da produção de petróleo e gás da ordem de 15% e a receita da empresa (R$ 515 bilhões) foi recorde. O lucro líquido (R$ 124,6 bilhões) foi o 2º maior de sua história e o 2º maior entre as maiores petroleiras mundiais, abaixo apenas do lucro apurado pela Exxon. A queda de 34% em relação ao apurado em 2022 (R$ 188,3 bilhões) decorreu da mudança do preço do petróleo no mercado global e esteve em linha com a queda verificada nas “cinco grandes” corporações de petróleo (Exxon, Shell, BP, Total e Chevron), que variou entre 30% e 36%.

O desempenho da Petrobras em 2023 ficou muito acima da média apresentada por tais empresas. Para uma receita líquida de US$ 105,76 bilhões, o lucro líquido da Petrobras foi de US$ 25,74 bilhões (24,3% sobre a receita líquida), muito acima da média das “cinco grandes” (8,71%), considerando lucro líquido de US$ 22,67 bilhões e receita líquida de US$ 260,14 bilhões.

Também a distribuição de dividendos pela Petrobras foi bem acima do realizado pelas “cinco grandes”. Enquanto a Petrobras distribuiu R$ 98,1 bilhões (US$ 20,28 bilhões) de dividendos (78,8% de seu lucro líquido), as “cinco grandes” distribuíram em média 41,5% (US$ 9,40 bilhões de dividendos e lucro líquido de US$ 22,67 bilhões).

A insatisfação do mercado decorre do fato de que, em 2022, a gestão anterior ter decidido distribuir dividendos em níveis sem precedentes (R$ 194,8 bilhões ou US$ 37,3 bilhões), muito superior ao distribuído em 2021 (R$ 72,7 bilhões) e acima até mesmo do lucro líquido apurado. Tal ação configurou um enorme contraste com os baixos investimentos realizados (US$ 4,79 bilhões).

A Petrobras distribuiu entre 2021 e 2023 a quantia de R$ 365,6 bilhões a seus acionistas. Como a União detém 37% de suas ações, R$ 135,3 bilhões foram para seus cofres, ao passo que nada menos que R$ 230,3 bilhões (63%) foram distribuídos para os acionistas privados, em sua maioria, de grande porte e residentes no exterior. Acrescente-se que esses agentes recolheram zero de imposto de renda, visto que o Brasil é um dos poucos países do planeta que não tributa lucros e dividendos distribuídos.

A atual gestão da Petrobras acerta em limitar a distribuição de dividendos e focar nos investimentos e na redução da dívida financeira da empresa. É fato que houve uma perda momentânea no valor de mercado da sua cotação em bolsa, enfatizado pela mídia como se a empresa tivesse ficado R$ 55 bilhões mais “pobre”, o que não é verdade, já que essas variações são normais e em ambas as direções, tanto negativa como positiva. De 14 de dezembro de 2022 a 16 de fevereiro de 2024, por exemplo, o valor de mercado da Petrobras subiu de R$ 301 bilhões para R$ 569 bilhões, valorização de R$ 268 bilhões, infelizmente “esquecido” de ser divulgado pela mídia. O mais importante é compreender que tais movimentos não afetam o fluxo de caixa da empresa no curto prazo.

A Petrobras vive uma fase de transição, evoluindo de uma empresa petrolífera para uma empresa de energia. Seu sucesso terá grande importância para a nova política industrial sustentável, para o Plano de Transição Energética, para o Novo PAC, enfim, para o pleno desenvolvimento brasileiro.

Aula inaugural do curso de Economia da Unimontes reuni Corecon-MG e IPEA

A presidente do Corecon- MG, Valquiria Assis, participa com a presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, do Ministério do Planejamento e Orçamento, Dra. Luciana Mendes Santos Servo, da aula inaugural – “Os desafios e perspectivas da Economia”, para o curso de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros.

O evento acontecerá nesta terça-feira, 19/03, às 19 horas no auditório do Centro de Ciências Humanas da Unimontes.

 

Corecon-MG realiza Live sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias da União

Em parceria com a rede de Democracia e Direitos Humanos -Rede-D, o Corecon-MG realizou Live na última quinta-feira, 14/03, às 19 horas, em seu canal do Youtube com retransmissão pelo Facebook da Rede.

Os participantes foram recepcionados pelo jornalista, Fred Guedini, da Rede D, que apresentou o tema: Afinal, de quem é o Orçamento Geral da União? “Questão que vem provocando disputas entre deputados e senadores, principalmente, os do Centrão, e o Poder Executivo”, declarou.

Fred lembrou a todos que o orçamento é feito com o dinheiro arrecadado de todos os contribuintes, de toda a economia do país, e é administrado diretamente pelo Poder Executivo, embora o Legislativo tenha o poder de emendar e propor modificações. Expôs ainda que parte dos deputados e senadores quer definir, entre outras coisas, quando o Executivo deve pagar as emendas – famosas emendas parlamentares, o que fere a Constituição Federal.

Apresentou as convidadas Clara Marim, Liana Carleial e Carolina Rocha, que passou a conduzir o bate-papo. Clara, doutoranda em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas, mestre em Desenvolvimento pela Unicamp e graduada em Administração pela Universidade Federal da Bahia foi a primeira a discorrer sobre a temática.

Para Clara, o orçamento é uma peça fundamental da democracia brasileira, que expressa monetariamente o complexo distributivo. “Nós somos um país profundamente desigual e que foi colocando na Constituição de 1988 os elementos para a reversão dessa desigualdade”, afirma Marim. O orçamento é um instrumento trazido pela Constituição Federal de 1988, uma conquista democrática. Ela acredita ser apropriado tratar do tema, pois o orçamento público não é  de fácil compreensão, não é exatamente palatável, embora a população sinta seus efeitos. E ainda ressalta que o orçamento é associado a direitos e reflete a vontade popular. 

Há um conflito pelos 10% das despesas do orçamento, onde está consignado as despesas discricionárias, que são despesas que a administração pública, os governantes têm a possibilidade de alocar. O avanço do poder legislativo sobre esse poder de alocação vem acontecendo, um dos movimentos feito pelo legislativo foi colocar na Constituição as emendas individuais como pagamento impositivo.

“O poder de alocar, de ter a visão sobre as desigualdades, sobre os setores das políticas públicas, está no Poder Executivo. Entendo o argumento dos parlamentares da conexão com o local, mas sinceramente tenho dúvidas quanto as dimensões de eficiência, efetividade do orçamento público”, afirma Marim.

Na sequência, a economista Liana Carleial, professora titular, aposentada da Universidade Federal do Paraná, resgata trechos da fala de Clara. “Clara foi muito feliz quando associou a ação orçamentária à nossa Constituição, porque, de fato, é isso. Pensar o orçamento exige que a gente pense à Constituição Federal de 88, que, na realidade, fez quase uma revolução por estender os direitos políticos ao conjunto da população adulta”, explicou.

O futuro da democracia e da possibilidade de um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil depende intrinsicamente do encaminhamento ou da solução dessa disputa sobre o orçamento público segundo apontado pela professora. Liana reforça a Constituição Federal como um caminho, uma possibilidade para a redução das desigualdades, mas lembra que “a Constituição Federal não foi cumprida no seu artigo 3º, que propõe a redução das desigualdades regionais brasileiras, que são, a meu ver, a razão central para a ausência da nação”. Enquanto perdurarem as dificuldades, as desigualdades regionais  profundas, como por exemplo, o Nordeste se mantém há 70 anos com a mesma participação no PIB brasileiro, 13%, mesmo que o Brasil tenha vivido nos últimos 70 anos uma política pública compromissada com o desenvolvimento regional. 

Para Liana, o brasil não superou a condição de dominação das oligarquias locais, questão não superada. “Somos uma sociedade que não desenvolveu um mínimo de solidariedade entre as classes. E isso aparece no orçamento. O orçamento acaba sendo um espaço de disputa e um espaço claramente de luta de classes. E de segmentos de classes que não são nem reconhecidos por grande parte da população”, afirma.

Várias Emendas à Constituição foram acolhidas no correr dos anos, agora, em 2024, tem a lei 14.791, que impõe um cronograma obrigatório para o pagamento das emendas no ano eleitoral e, evidentemente, antes das eleições. Então, existe aí um jogo político importante, uma questão mais dolorosa da situação com a falta de transparência nas emendas do relator. “A situação que se vive hoje não se encerra no Congresso, ela transpõe o Congresso, vai para a sociedade civil e também para os órgãos de controle. Nesse compartilhamento dos recursos do orçamento, a parcela que hoje o Congresso disputa, diria obscena. são 20% dos recursos”, declara Carleial.

As palavras finais dos palestrantes se deu pelo economista e professor da Universidade Federal da Bahia – UFBA, Adroaldo Quintela. “Nós somos um país que os investimentos, embora o PIB tenha crescido 2,9% no ano passado, os investimentos caíram. Nós precisamos aumentar a capacidade de investimento no Estado para o benefício da nação, para o benefício de todos, para a gente poder retomar o desenvolvimento”, afirma.

O professor lança a sugestão para a realização de colóquios sobre segurança pública e desenvolvimento, diferente da perspectiva que os estudantes de Economia estudam e que é somente neoclássica, aquele velho dilema entre produção de arados ou canhões, canhões ou manteiga, não é esse o sentido mas como debate central como a insegurança pública dificulta o desenvolvimento econômico. Solicita a assinatura do manifesto que foi feito pela A Rede-D e parceiros e será entregue ao presidente do Senado, aberto à adesão, seja das pessoas, dos cidadãos e cidadãs, seja das organizações.

O encerramento se deu nas palavras da vice-presidente do Corecon-MG, a economista, Carolina Rocha Batista que agradeceu a Liana, Clara, Fred, Adroaldo e a todos que dedicaram parte de seu tempo a tema tão relevante para a vida dos brasileiros e brasileiras.