131 anos de Lei Áurea e sabemos que negros e seus descendentes seguem sendo discriminados, sem igualdade de oportunidades e com poucas chances de ascensão social.
O Brasil foi o último país do Ocidente a libertar os escravos, e a lei Áurea é uma consequência histórica da decadência do regime escravocrata. A força-motriz do abolicionismo vinha da Inglaterra, que pretendia fomentar um mercado consumidor nas Américas – tendo em vista a crescente industrialização de sua produção.
A escravidão só acabaria oficialmente se houvesse mecanismos e garantias para o tratamento igualitário de negros e brancos. Apesar da lei não permitir, ainda existem muitos trabalhadores que estão em condições análogas à escravidão. E a cultura escravocrata e racista no Brasil permitiu que a “liberdade” dos negros fosse uma nova prisão.
O regime não foi desmontado pela princesa, pelo contrário, sem políticas públicas voltadas aos negros, a escravidão continuou, por isso esta data não é celebrada pelos movimentos negros, que escolheram o 20 de novembro, data marca a morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares como o dia da Consciência Negra.
Portanto, esse dia 13 de maio nos leva à reflexão e não à celebração.
Conselho Regional de Economia de Minas Gerais
Foto: Casa da Escravidão, Ilha de Gorée, Senegal, África, de lá saiam os navios negreiros levando escravos para o Brasil e outras regiões, por Brenda Marques