A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, analisa a adoção de medidas emergenciais para combater os efeitos negativos do coronavírus sobre alguns setores da economia – principalmente o de serviços.
Inicialmente resistente a esse tipo de “cardápio”, o próprio ministro admitiu a deputados e senadores que “está flexível” para adoção de medidas pontuais para socorrer algumas empresas que devem sofrer mais com a crise.
Segundo um interlocutor do presidente Jair Bolsonaro que participou de reuniões com o ministro Paulo Guedes na noite de quarta-feira (11), a equipe econômica avalia, por exemplo, aumentar a oferta de crédito a pequenas e médias empresas do setor de serviços.
O governo prevê que esse setor será o mais afetado pela desaceleração econômica decorrente da pandemia do coronavírus.
“A ideia, pelo que o ministro disse que está em estudo, é aumentar a oferta de crédito para pequenas e médias empresas por parte do Banco do Brasil, Caixa e BNDES”, afirmou o interlocutor de Bolsonaro. Os setores prioritários a serem atendidos seriam os de turismo, bares, restaurantes e companhias aéreas.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também disse que o governo prepara medidas para socorrer as companhias aéreas. Além da redução dos voos nos últimos dias, as ações das empresas têm enfrentado forte queda na Bolsa de Valores.
Construção civil
A equipe do presidente Jair Bolsonaro também vai adotar medidas para o setor da construção civil. Segundo pessoas próximas ao presidente, o Ministério do Desenvolvimento Regional, agora sob comando de Rogério Marinho, está finalizando um novo plano habitacional.
A ideia é que esse projeto substitua o Minha Casa, Minha Vida. “Esse é um setor que emprega muito, e tem condições de melhorar o ritmo da economia, abalado pela crise atual”, acrescentou.
Reformas e curto prazo
Inicialmente, o discurso no Ministério da Economia defendia a aprovação das reformas como melhor resposta para a crise atual. Aliados dizem que o ministro foi convencido de que, mesmo dando prioridade às reformas, é preciso adotar medidas emergenciais para evitar o pior no curto prazo.
As reformas têm impactos mais visíveis a médio e longo prazo – a administrativa, por exemplo, não afeta os servidores que já estão nos cargos. Enquanto isso, setores econômicos que sofrem com a crise do coronavírus precisam de fôlego no curto prazo.
Dentro do Ministério da Economia, as previsões para o crescimento da economia já apontam, no cenário mais otimista de propagação do coronavírus, para uma alta do Produto Interno Bruto abaixo de 2%.
No cenário mais pessimista, com perda de controle da pandemia no Brasil – o que neste momento está afastado –, o crescimento poderia ficar na casa de 1%.
Reportagem de Valdo Cruz
Fonte: Portal G1