NOTA DE REPÚDIO
O Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), em defesa da democracia, da vida, do direito à informação e da liberdade de expressão, manifesta seu repúdio aos constantes ataques sofridos pelos jornalistas brasileiros, sobretudo em relação a dois fatos ocorridos nesta quinta-feira, dia 14 de maio: uma agressão anônima em forma de pichação, feita em um tapume na Avenida Alfredo Balena, em Belo Horizonte, com os dizeres “jornalista bom é jornalista morto”; e as declarações ao vivo do ex-senador Roberto Cavalcanti, proprietário de um sistema de comunicação de rádio e de um canal de televisão afiliado à Rede Record, segundo o qual os jornalistas que noticiam os números crescentes de casos de Covid-19 no Brasil devem ser “apedrejados”.
Ameaças absurdas como essas não são toleráveis nem justificáveis em nenhuma ocasião, muito menos no contexto atual, em que estamos em contato constante com notícias falsas e tendenciosas, conteúdos explicitamente parciais e discursos de ódio mascarados de opinião, vindos das mais diversas fontes. Os jornalistas, por concepção, exercem uma função social de extrema importância, sobretudo num cenário como esse, pois têm como dever a garantia de uma comunicação responsável, comprometida com a verdade e com a imparcialidade.
Em um momento de desalinhamento da democracia, os jornalistas não devem se abater, pois são peça fundamental para a resistência e manutenção do estado de direito, além de contribuírem, através de seus serviços, para impedir a alienação da população. Por esse motivo, manifestamos nosso respeito e apoio a todos os profissionais da área de comunicação, que mesmo em tempos obscuros, continuam a atuar para que os fatos de interesse público cheguem ao conhecimento de todos, em suas diferentes perspectivas.
Ademais, a comunicação pública responsável não somente constitui a missão dos jornalistas enquanto profissionais, mas também configura o direito fundamental de livre expressão dos mesmos enquanto cidadãos, que não pode e nem deve ser tolhido em função de ameaças e da violência.
Tania Cristina Teixeira
Presidenta do Corecon-MG